Na perceção visual da forma, os nossos olhos escolhem e
focam as figuras significantes (espaço positivo) e desfocam as figuras não
significantes do fundo (espaço negativo). Quer isto dizer que atribuímos mais
importância à figura/forma do que ao fundo.
“Mas porque não fazer o contrário?”
Foi este o desafio proposto aos alunos: partindo de uma
folha de árvore, focar toda a atenção no espaço negativo e atribuir-lhe significado.
Pretendia-se criar uma composição em que fosse conferida importância tanto ao
que, inicialmente, era figura como ao que era fundo. No final obteve-se uma
composição ambígua…
Em articulação com a disciplina de Português, alguns alunos redigiram um pequeno texto sobre o desenho realizado. Vejamos o resultado:
Mar – Luz (Daniela Novais)
No meu
desenho, podemos ver pássaros, ondas, luz… Penso que o mar é a luz que ilumina
os nossos pensamentos, as nossas ideias. Os pássaros são a representação da
minha liberdade. Mar – luz, verdade e sinceridade.
Renascer (Mariana Mota)
Como o
próprio nome indica, o desenho simboliza o Renascer de uma nova era, uma nova
vida. O porquê deste nome é muito simples, visto que uma das partes mais importantes
do meu desenho é a torneira com as gotas. Significa que a água leva e lava
todas as mágoas e tristezas, fazendo-nos, assim, recomeçar a nossa vida, com
mais força e alegria (bolas, sinos, gelados, golfinhos, máscaras).
Mar de fantasia (Rita Magalhães)
O meu
desenho representa a vida dos animais marinhos. Atribuí este título ao meu
trabalho porque penso no mar como um sítio fantástico. Para mim, mar é sinónimo
de alegria, magia, força, vivacidade. Mar é também a calma que nos faz sonhar.
A pomba (Maria João Magalhães)
De uma
simples folha, desenhei uma pomba, uma pomba simples, tal como as pombas
verdadeiras. Era branca, com tons de cinzento à volta para dar um sombreado ao
desenho e também uma ideia mais real à pomba.
Achei o
desenho muito simples. Então, resolvi desenhar mais alguma coisa que viesse
completar o desenho, mas não sabia o quê. Foi então que me surgiu a ideia de
desenhar umas mãos como se estivessem a agarrar ou a soltar a pomba.
O mundo colorido (Catarina Campos)
Era uma vez
uma menina que vivia numa aldeia longínqua. Devia ter os seus dez anos e
gostava muito de animais. Todos eles distintos, com habitats diferentes e cada
um com as suas características.
Foi então
que tomou a iniciativa de criar um mundo em que tudo ganhava cor! De início,
apenas criou as estações do ano, mas logo começou a colorir cada animal que lhe
aparecia à frente.
Como não
tinha os animais necessários, decidiu ir a África, pois lá encontravam-se todos
os animais que procurava. Então, trouxe várias espécies de dinossauros, camelos
e morcegos.
Quando
chegou a casa com tudo o que necessitava, fez habitats destinados a cada animal
para que os mesmos não morressem devido à brusca mudança.
O mar na Terra (Ana Rita Martins)
A raia, que
está no centro do desenho, representa um animal aquático, que vive num ambiente
calmo e passivo, ou seja, o mar. Para contrastar com o mar, representei a Terra
em coisas mais ferozes e agitadas, como o cão, a girafa, a cobra, o homem e noutras
menos ferozes, o cogumelo, a vegetação, tudo que tem a ver com a Natureza.
Atribuí este
título ao meu trabalho porque a raia representa todo o mar, ou seja, está no
centro, enquanto a Terra tem poucas coisas a representar.